Lívia queimou com a brincadeira
de mau gosto. Levantou-se com raiva deixando a cadeira que acabava de tombar no
chão. Bernardo e Raquel olharam com espanto para aquela cena. Ela continuou caminhando entre as pessoas
quando ouviu um choro baixinho. Foi caminhando no sentido do som por
aproximadamente uns cinco quarteirões. Foi então que, atrás de uma caçamba de
entulho, deparou-se com uma imagem assustadora.
Deitada no chão com as roupas
rasgadas e sujas de sangue estava uma menina franzina de não mais que quinze
anos. O resto de forças que ainda tinha só lhe permitiam soluçar baixinho. A menina estava nos braços de uma moça que passava pelo local. Lívia pode escutar quando a menina chorando disse baixinho: Eu disse
pra ele que não queria, mas ele continuou. Eu disse que estava me machucando e
gritei para ele parar, mas ele começou a bater minha cabeça no chão. A moça que tentava, em vão, socorrer a menina perguntou quem tinha
feito aquela atrocidade. A menina apenas apontou para a esquina à direita e
perdeu os sentidos.
Tomada de uma raiva
incontrolável, Lívia correu até a esquina e viu um sujeito meio ruivo, magro e
alto correndo em direção ao cais do porto. Mesmo de salto alto, conseguiu
alcança-lo. Chegando a um metro do sujeito suas unhas saltaram dos dedos como
as de um felino prestes a atacar. Suas presas apareceram e com a rapidez de um
relâmpago saltou sobre o homem, cortou sua jugular com a unha do indicador e
quando ele começou a sangrar sugou seu sangue com a voracidade de uma onça
enraivecida e faminta.
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