domingo, 16 de outubro de 2011

Episódio 12

Raquel já sabia que receberiam visitas quando o porteiro do prédio ligou, “Dona Raquel, Sr. Lui, Sr. Sebastian e Dona Marie estão aqui em baixo dizendo serem seus primos. Posso deixar que subam?” “Sim, claro Rubens.” Os três pegaram o elevador até o nono andar carregados de malas. Pela quantidade de bagagem, provavelmente, pretendiam ficar por um bom tempo.
Raquel ainda não os conhecia, mas recebeu-os muito bem. Acomodou Lui e Sebastian e um quarto e Marie em outro. O cheiro denunciava: tinha um suculento pernil sendo assado. “Meus queridos, é um prazer poder recebê-los em nosso humilde lar. Sei que vão ficar um bom tempo conosco, então espero que se sintam em casa. O jantar está pronto, mas vou esperar Bernardo chegar em casa para servir. Aí poderemos conversar todos juntos e vocês poderão explicar para Bernardo o porquê de estarem aqui,  o que está para acontecer e os riscos que ele corre.” Neste momento Bernardo abriu a porta. Ficou surpreso com a presença daquelas três pessoas que ele não conhecia. Cumprimentou-os com a gentileza de costume e pediu licença para tomar um banho rápido antes do jantar. Minutos depois sentaram-se todos a mesa.
Sebastian, um jovem loiro de olhos azuis com traços duros e voz firme, começou explicando: “Bernardo, como você sabe, em breve você completará trinta e três anos, será coroado nosso mentor e receberá os poderes de Arkan. Terá força inigualável e poderá ouvir os pensamentos de qualquer criatura. No entanto, Cirus, o último descendente de Freya, está recrutando um exército para impedir que você herde o trono de Arkan. Ele transformou uma amiga muito próxima sua em uma criatura assassina para te matar. Ela também é responsável por matar os escolhidos por uma valquíria para comporem um exército forte, com o objetivo de acabar com todos os lobos como nós. Nossa raça está ameaçada de ser aniquilada. Estamos aqui para ajuda-los a deter esta assassina e garantir sua coroação.”
Sebastian falava, mas Bernardo não conseguia prestar atenção em suas palavras. Olhava para Raquel e sentia-se culpado. Ainda estava inebriado com a sensação que teve pela primeira vez; transar como um humano. Ele sabia que ainda não tinha um domínio total de seu corpo, quando começava a ficar excitado, sua transformação começava. Tinha sentido um desejo muito forte por Lívia, mas alguma coisa, que não sabe o que foi, impediu que se transformasse. Pela primeira vez, sentiu-se plenamente homem, plenamente humano.
“Bernardo, Bernardo, hei! Onde você está com a cabeça? É a terceira vez que Lui repete a mesma pergunta.” Disse Raquel já meio impaciente.

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