Bernardo agora tinha poderes que ele mesmo não conhecia. Era
o lobo alfa, e sua missão evitar a extinção da alcateia. Sabia onde Raquel
estava e sabia também que aquilo era uma emboscada, mas não podia deixar que
sua loba continuasse enjaulada.
Escondido na mata, Bernardo viu Lívia na frente da jaula,
asas fechadas como um pássaro que dorme. Armou o bote, e saltou sobre Lívia que
não manifestou nenhuma reação. Antes que pudesse cravar seus dentes e suas
garras nela sentiu aquele perfume doce e inebriante novamente, e isso o deixou
sem reação. A fúria deu lugar à libido. A atração que tinha por aquela criatura
era mais forte que sua capacidade de discernimento.
A respiração de ambos começou a se alterar. Exalavam feromônios.
O lobo uivou e a felina enroscou-se nele como uma gata dengosa. O lobo estava acomodando-se sobre Lívia quando Raquel tomada por uma fúria
inexplicável quebrou a jaula e saltou sobre eles. Lívia deixou com que as
garras felinas ficassem expostas cravando as unhas no peito da Loba.
Com os olhos vermelhos, Lívia abriu as asas e foi embora. Com
uma grande hemorragia Raquel voltou à forma humana e nos braços também humanos de
Bernardo ela agonizava.
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